quarta-feira, 21 de abril de 2010

Você é especial pra mim

"Para mim você é jornal de ontem, já li, já li, não quero mais...". É assim que eu vejo todas as minhas histórias de amor, que são tão intensas, tão diferentes e ao mesmo tempo tão iguais. Ouvi na novela um casal conversando sobre relação, onde o marido disse "Dá pra ser feliz no silêncio Ingrid, barulho nunca foi sinônimo de Felicidade" e ela voltou "você sabe a que silêncio estou me referindo né? O silêncio daqui do peito, do coração". Hoje fiquei sabendo que meu ex-noivo-quase-oficial agora está noivo oficialmente. E foi ele mesmo quem me contou, e doeu mais do que eu pensei que doeria. Sim, chorei copisoamente, sozinha, em casa. Faz cinco anos que eu não sei o que é dizer que "estou namorando", melhor, que eu não sei o que é olhar nos olhos intensamente e poder dizer com toda a sinceridade "eu te amo". Acho que a coisa toda ficou tão prática, os romances tão rápidos, os términos tão frequentes, que eu perdi essa "aura romântica", talvez até mesmo a possibilidade de, de fato, ter algo real e que ultrapasse o mês ou que ultrapasse a coisa do a gente-sai e a gente-volta sem nenhum propósito. Hoje um amigo, curiosamente, veio me visitar. É um amigo antigo, de infância, que ao perguntar sobre minha tumultuada vida amorosa viu meu rosto baixar e simplesmente dizer "já deisisti disso". Ele riu com aquele sorriso que eu conheço há mais de 10 anos e disse "é que você escolhe muito ou então o cara tem que ser exótico pra te chamar ateñção. Se for comum, não vai". Eu ri de uma forma gostosa e retornei "nada! Já até baixei meu nível de exigência. O negócio é que eu cansei de ouvir 'você é especial' e terminar comigo pra ficar com outra". Ele riu novamente e disse que havia terminado com suas duas exs da mesma forma...Homens. Tão diferentes e tão iguais. E o que eu ouvi hoje do meu enrolado-que-não-é-namorado? "Você é muito especial pra mim". Acho que qualquer pessoa no meu lugar ficaria feliz, mas dadas as circunstâncias, eu fiquei triste e chorei no ombro dele. Apesar dele não ter percebido. É como um sinal sabe? Um sinal de Deus dizendo "você já sabe como isso vai acabar, então termine enquanto há tempo". Conversamos bastante, beijamos mais ainda, mas foi só. Não estou 100% nem ele, somos duas pessoas feridas buscando um pouco de ar puro e aconchego um no outro. Nada mais. Não há amor, mas também não há mentira. Somos práticos. Enquanto isso, minhas amigas estão se casando ou já se casaram, uma se separou e descobriu a vida viajando para vários lugares. Outra decidiu seguir só e entrou de cabeça no trabalho com um sorriso de quem vive plenamente e com a pose de autossuficiência - a mesma que eu tive um dia e ainda mantenho às vezes, mas que já começa a me incomodar. O que eu quero é muito simples: alguém pra chamar de meu, alguém para andar de mãos dadas, para ir comigo à confraternizações de trabalho, para ver um filme no fim de semana, alguém para compartilhar momentos...é pouco e é tudo.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Ordem, a palavra de ordem.

O que eu fiz sábado? Acordei às 11h30 (ou seja: não levei meu jipe na Fibrauto para consertar a porta e o barulho esquisito do motor), depois fui a para a aula de inglês que começaria às 13h00. Ao chegar lá não tinha retorno e fiquei doida procurando vaga para o carro, pensei em um segundo "tem 15min de tolerância" e corri, corri. Cheguei exatamente 13h12. Aí a moça da recepção disse que não podia entrar. Fiquei puta de raiva, falei dos 15 minutos de tolerância e ela disse "São 10 minutos". Aí acabei indo ao financeiro resolver minhas pendências: sim, uma parcela estava em aberto. E depois de 6 meses pagando o curso eu ainda estava tentando fazer o capítulo 2, tendo levado prejuízo de R$ 730,00. Ainda bem que consegui que me dessem parte do tempo em bonificação posterior, ufa! Depois fui ao shopping e fiquei lá lendo, lendo, lendo, até que "percebi" que havia esquecido o curso caríssimo que havia pago de Comunicação e Oratória. Então peguei o endereço e estava lá: Cidade Jardim. Onde fica isso? Faltava meia hora para acabar o curso, ou seja: era LÓGICO que não ia dar tempo de fazer nada - principalmente porque eu não sou lá um GPS ou Google Earth em endereços. Continuei lendo, lendo, lendo até que "percebi" que estava atrasada para o cais. Saí toda apavorada, peguei os livros escolhidos e fui pagar. Constrangimento nº1 do dia: não havia saldo. Reservei os livros, falei que voltaria no outro dia. Cheguei ao cais atrasadíssima e de repente "percebi" que havia esquecido meu estojo amarelo em cima da pilha de livros que eu havia parado para dar uma olhada por cima. Peguei meu travesseiro e uma coberta e sem vergonha nenhuma dormi em cima da mesa, literalmente. Dormi sentada debruçada sobre a mesa do cais, vejam a que ponto um ser humano chega. Tive dó de mim quando acordei ao chegar um paciente com cólica de rim. E eu ali meio atordoada preenchendo a ficha. Constrangimento nº2: coloquei na data 04/10/2010 quando na verdade era 10/04/2010. Normal para quem vive trocando dias, horários e nomes de pessoas. Voltei para casa e "percebi" que esqueci de devolver o DVD de quinta e é claro: levei multa, só que o mocinho já está tão acostumado que só cobrou de um dia. Paguei a faculdade dois meses, porque um dos "pagamentos" na verdade era um "agendamento de pagamento" por falta de saldo na conta bancária. Paguei duas contas de celular porque um dos "pagamentos" na verdade eu paguei duas vezes, ou seja: um mês ficou em aberto e minha conta foi cortada assim como o reconhecimento de chamadas. As pessoas ligavam e eu não tinha a mínimaaaaaaa ideia de quem era. Domingo eu tive um dia fantástico, mas que deletou todos os compromissos pré-agendados para o dia. Prova de que preciso REALMENTE ser mais dura comigo mesma. Tá foda...Enfim, tudo este mês foi um grande tumulto. Inventei uma moda nova agora, porque sempre que estou dirigindo me lembro de mil compromissos e completamente diferentes uns dos outros, pessoais, profissionais, urgentes, importantes, urgentes e importantes ao mesmo tempo.Uma loucura! E eu fico lá fazendo brainstorm de compromissos sozinha e tentando repetir cada tarefa para não esquecer, chegar em algum lugar e anotar para "perceber" depois de que não tenho a mínimaaaaaaa ideia de onde está o maldito papel. Então eu penso: Tenho que comprar papéis grandes! Mas aí eu faço uma bagunça tão grande, mas tão grande que perco muitos minutos tentando entender cada tarefa e adivinhem? Passando para um papel menor. Nunca dá certo. Como nunca dá certo fazer planilhas, listas de coisas a fazer, essas coisas. Comprei um caderno, mas também não está adiantando. Ah, estava falando da moda que inventei agora, então voltando: é GRAVAR tudo o que vou pensando aleatoriamente,essa déie de insights diários de compromissos não resolvidos, que estão atrasados, esquecidos ou deixados de lado. Gente, foi muitoooooo engraçado ouvir eu mesma dizendo "Hoje Thâmara é seu primeiro dia de uma nova vida. Uma vida de ordem, disciplina e rotina. Porque você não quer mais os prejuízos que tem tido por conta de toda essa confusão, então vamos aos compromissos de hoje..." kkkkkkkkkkkkkk fiquei rindo sozinha e meu chefe ficou me olhando de rabo-de-olho ao perceber que eu não tirava o celular do ouvido. Sim, usei o gravador do celular. Mas sabe que eu gostei da minha voz? Me senti meio Cid Moreira dizendo como "elevar sua autoestima" em meio a uma trilha instrumental calma ou sei lá, alguma parte de um livro do Augusto Cury. Mas assim, também não funcionou muito, mas acho que preciso testar mais uns dias né? Vai que me deu um pânico hoje? Com tanta informação era de dar um curto mesmo entre minhas sinapses! Ou pelo menos uma descarga elétrica capaz de paralisar meus músculos e fazer meu cérebro ter um "branco" igual aqueles que a gente tem depois de estudar, estudar e estudar e na hora da prova fazer cara de "Meu Deus!", de desespero total porque não se lembra absolutamente nada. Aí você entrega a prova e tchã-rã, um filme se passa na sua cabeça e você lembra de tudo! Merda, merda, merda. Mil vezes merda. Aliás, por falar em livros, comprei um que se chama "A sabedoria da Tartaruga. Sem pressa, mas em pausa" de José Luis Trechera. Atrás do livro vem escrito, eis o motivo de tê-lo comprado: "você é do tipo que não tem paciência de esperar o elevador (esmurro mesmo se ele não desce), balança a perna (o tempo todo), e fica simplesmente furioso quando uma página na internet, por mais rápida que seja, demora um pouco para aparecer (por isso que abro mil janelas ao mesmo tempo)? Você foi infectado pelo vírus da pressa. A sensação é de que não temos tempo a perder, mas se você desacelerar vai perceber que ao viver sempre correndo perde coisas bem mais valiosas que o tempo. É hora de colocar o pé no freio e respeitar o seu próprio ritmo. Ser lento não tem nada a ver com ser inefeciente. A sabedoria da tartaruga é justamente viver sem pressa, mas sem pausa". Ué, esse livro está falando de mim! - Pensei. E na orelha "estressadas, impacientes e semre apressadas, as pessoas hoje falam de carreira, dinheiro e várias outras ambições que as impulsionam em sua vida desenfreada. É raro, porém, que se permitam confessar o sonho as surpreende em sua corrida diária: a vontade de, simplesmente, ter uma vida mais tranquila, com mais tempo livre e menos afazeres". Quase chorei, me deu até certa melancolia pensando na Paula Toller "eu só queria ter na vida simplesmente um lugar de mato verde ra plantar e pra colher. Ter uma casinha branca de varanda, um quintal e uma janela para ver o sol nascer...". Comprei na hora até que "percebi" que eu estava atrasada em meio a tantas histórias, tantos livros legais sobre marketing, consumidor, TDAH e orgasmo. Sim, isso mesmo: orgasmo. Na verdade, vários deles, múltiplos, tântricos e até excêntricos. Olhar profundamente em um olho e depois no outro faz o cara ter vontade de beijar e pensar em sexo 6 vezes por minuto, será? Bom, tenho que testar...rs Fui fazer meu exercício de análise de PDV e tchã-rã, adivinhem? acertaram! Não deu tempo. Voltei pra casa e agora estou aqui. Ahhhhhhh descobriram meu blog no meu serviço, e agora??!!! Estou desesperada!!! E torcendo para que eles tenham um "TDA dentro deles" e esqueçam C-O-M-P-L-E-T-A-M-E-N-T-E desta informação. Vou trocar meu nome verdadeiro por um pseudônimo (ai que chique! me senti meio detetive e meio espiã a La Sherlock Holmes uhuwwww). No names is better my dear! Take care and a lotttttttt of kisses to everybody! Portanto, senhores, só mais uma coisa, hoje a palavra de ordem nessa bagunça toda, nessa desordenada louca vida vida louca é ORDEM!Estou começando a tentar criar hábitos (pelo menos tentando, já é um começo né? Palmas pra mim! rs) e a inventar regras para acabar com o mal estar que tenho cada vez que vejo me dou conta do meu saldo bancário ou então chego atrasada ou então...o que eu estava falando mesmo? Bom, é isso. Pero que "eis que endurecer, mas perder la ternura jamás!" Che! :)

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Ressignificação de sentidos

Bom, meu aniversário foi melhor do que eu esperava, mas não parecia assim...o meu aniversário. Marcelli ligou da França, Buhzinha ligou do Tocantins, Chris ligou do celular mesmo mas estava desligado kkkkkkkkkk e Lyne esqueceu, mas eu perdoo. Não usei meu vestido amarelo e ganhei um parabéns caloroso no meu trabalho. Também um e-mail de reconhecimento, que me fez chorar. Foi um dia que ao invés de começar, terminou com a reunião no shopping. Muito boa por sinal. Cheguei em casa, fiz o TCC da minha mãe e fui dormir. Simples assim. Consegui organizar um pouco minhas um milhão de pendências, estou menos depressiva e voltando a usar colares coloridas. E isso é um bom sinal. Tive minhas duas primeiras sessões de terapia: uma com abordagem cognitivo-comportamental e outra por gestalt - que nunca tinha ouvido falar. Cheguei à primeira, uma casa suja, cheirando a mofo com papéis e vassouras jogadas pelo chão. Tudo atrás de um muro amarelo e azul desbotados de uma casa que não lembrava nem de longe um consultório. Então eu pensei: como é que uma psicóloga vai me ensinar de organização sendo desorganizada desse jeito? Perto daquilo a bagunça do meu quarto me deu prazer, até a bíblia tinha uma camada espessa de sujeira antiga (que nojo). Depois entrei na "sala", parecia filme de terror: coisas esparramadas, desenhos de crianças nas paredes, brinquedos de todas as cores. Ela, uma senhora de meia-idade com vestido tubinho preto pedindo desculpas. E tem desculpa pra isso?!? Enfim...conversa vai e conversa vem, peguei uma referência fantástica de livro para quem tem TDAH, e ela me sugeiu duas coisas: respirar de 30 em 30 minutos durante 4 dias, não me cobrar tanto e mudar meu vocabulário a respeito de reforço das minhas dificuldades. Exemplo: não falar "não tenho memória" ou "esqueci". Depois de tudo tive somente uma certeza: nunca mais voltaria ali. Como que alguém que tem TDAH vai lembrar de fazer respiração de 30 em 30 minutos e pior, durante 4 dias??! Meu Deus, que eu faço com esses terapeutas, interno? Enfim, a segunda foi exatamente o contrário. Consultório com fachada, logomarca, secretária, ar condicionado, cores claras. Ela, a terapeuta, bem vestida, de sorriso largo e aberto à minha espera. Entrei no consultório e nem pude acreditar: sofá de couro branco para sentar e para deitar, bem tipicamente psicanalítico. Sentei e falei, falei, falei, sem muita lógica e nossa conversa durou 2 horas. Amei, fiquei encantada. A tarefa da semana? pensar se a minha dificuldade não está em "lidar com o lento" porque o lento me angustia. Há uma parte muito rápida e outra muito devagar, sendo que esta deve ser percebida de outra forma - é o que ela chama de "ressignificar". Achei muito interessante e a próxima conversa é na quarta às 8h00em ponto, será que consigo? Horários...Estou lidando melhor com a equipe, não quero parecer uma pessoa arrogante ou agressiva, nem esquecer tantos compromissos e pior, não concluir meus projetos. Não quero oscilar tanto de humor e falar tanto e interromper tanto. Quero estabilidade, confiar em mim mesma e resgatar o ritmo que vai desacelerar tantos pensamentos e dar o equilíbrio que estou buscando. Não é a falta de ideias que me angustia, é o excesso delas. É o não saber lidar com coisas lógicas, ordenadas e regradas; é a falta de estrutura e de linearidade que me deixam frustrada, me sentindo perdida e um vazio que parece não ter fim. É como se o muito ainda fosse pouco e não conseguisse enxergar o pouco, somente o todo. É complexo, eu sei. Preciso lidar com ideias e planilhas. É isso. Aliás, com sentimentos que surgem do nada também. Até pouco tempo era meu sapo-príncipe, então mudei para um jipeiro ex-casado que não me assume e agora um outro jipeiro se mostra interessado e eu não sei o que fazer. Até nisso há uma grande dose de indecisão, de angústia, de culpa, de um desejo incontrolável pelo risco, pela adrenalina no corpo. Uma autoconfusão absurda e que eu não consigo lidar, nem resolver.Enfim, vamos ver né? Respirar, ressignificar, controlar.