sexta-feira, 7 de maio de 2010

Feedbacks e humores

Meu humor anda oscilando muito, tô parecendo mais uma bipolar do que alguém que tem TDAH. Vem uma angústia do nada, uma vontade enlouquecedora de tomar café ou comer chocolate, uma sensação estranha diante das pessoas, um desejo de ficar olhando pro nada e sumir por alguns instantes ou cantar aquelas músicas que deveriam ser proibidas até no chuveiro. Ou mesmo fazer vozes diferentes que a minha, ando cansada, estressada, perdida, enjuada e meu estômago hoje está embrulhando. Não quis comer perto de ninguém nem ficar de papo. Estou muitíssimo improdutiva e não posso porque logo logo começam minhas consultorias. Ando com vontade de fechar os olhos e ouvir os sons, os passos, o vento, os carros, as vozes...mas enfim, estou aqui para falar de feedback e não para vagar no infinito. Mas meu Deus, me dá um pouco de calma nessa alma! Me preenche esse vazio! Voltando de novo aos feedbacks, vou pontuar que estou sem tempo e sem paciência e tenho reunião agorinha e já estou atrasada. Pontuando:

1) Falar menos e obervar mais em todos os sentidos;
2) Não expor minha vida pessoal;
3) Perceber em quem posso confiar;
4) Cuidar do ego porque passa prepotência/arrogância;
5) Observar meu comportamento (não cantar, fazer voz diferente, fazer coisas que outros departamentos veem e acham ridículo + ou - por aí);
6) Fazer uma coisa de cada vez até o fim;
7) Definir prioridades e fazer o que é imprescindível;
8) Deixar claro o que quer da equipe.

Minha mãe disse que eu tenho que:

1) Baixar meu tom de voz;
2) Ser menos impositiva;
3) Vestir melhor, ter postura e não abrir tanto minhas dificuldades;
4) Deixar que os outros falem porque quem sabe sempre é alvo;
5) Autovalorizar-me, não sou eu e sim eles quem devem ter medo de eu sair;
6) Não dar ouvidos a quem não é estratégico;
7) Internalizar "Eu sou, eu sou, eu sou".

Enfim, nada de novidades. Nem mesmo minha falta de atitude para mudar esse quadro...

tenho que ir, beijos!

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Sessões no divã

Olá querido diário virtual, hoje vou falar sobre as sessões de gestalt que ando tendo. Na verdade entrei meio de gaiato nessa história, mas gostei da prosa, do espaço e do divã. Aliás, alguém me explica uma coisa, pra que tem um divã se as pessoas quase nunca sentam nele??! Cada uma...Enfim, voltando ao assunto: a terapia. Tem sido fantástica, tem conseguido fazer com que eu me veja de forma global, a entender as coisas que protelo e como lidar com isso, tem-me feito pquestionar muito ao invés de responder. Talvez acho que tenha faltado isso: a coisa de perguntar a mim mesma por que tenho pensamentos, atitudes e ações que eu mesma desaprovo como falar muito, ser agressiva, intimidar (sem querer) outras pessoas, ser desorganizada, ter uma dificuldade astronômica em lidar com tabelas, gráficos, números e endereços. Sim, eu tive que rever meus conceitos, tive meus dias de desespero, de introspecção, de raiva, de choro e agora de compreensão e alívio. Percebi que não tenho que esconder nem me eximir do que não sou boa e sim aprender como contornar as situações e como eu mesma enxergo estas situações. Por exemplo, se sou expert em imagens e tenho uma memória visual muito forte por que não aproveitá-la? Se não consigo olhar mapas, que tal experimentar fazê-lo com imagens? Se não decoro nomes, que tal associá-los a fotos? Coisas assim. Se prefiro lidar com minhas tarefas anotando, então pra que perder tempo com to-do-lists no computador? Aliás, tive uma conversa com meu chefe e ele me fez algumas perguntas que completaram minha lista de "para refletir depois". Depois de várias falhas, abri meu coração e expliquei rapidamente a ele o que é TDAHI e o que isso representa, o comportamento, os pontos fortes e principalmente as dificuldades. Ele disse que havia reparado (claro!) e que não entendia o por quê de ter demorado tanto a explicar, se era por vergonha. Também perguntou se eu, na minha posição de gerente, não estaria sendo massacrada com o que tenho que fazer, se eu estava me sentindo realizada. Assim como também perguntou se era melhor contratar alguém para fazer estas tarefas ligadas à lógica ou delegar a outro da equipe ou se estava pegando como um desafio. Impressionante como sou fã dele, como o admiro como profissional e como pessoa. Expliquei que não é fácil explicar a um "normal" a forma como penso e lido com as coisas, que em geral ninguém entende. E pedi para que me desse a chance de fazer as coisas à minha maneira, ainda que isso aos olhos dele pudesse ser estranho. "Preciso de cartazes, preciso de cores, é assim que eu lido com isso" foi o que tentei explicar. Estou feliz porque vou ter meu canto, porque pude colar meu cartaz gigante na mesa, deixar expostos minhas listas, cadernos e lápis de cor. Também resolvi sair do cais, me angustia muito ter que ir pra lá, trabalhar em um lugar que não tem nada a ver. Nada compensa mais: não compensa o cansaço, a baixa produtividade, o sono, o dinheiro. Vou ficar apertada, mas vou passar os próximos dias mais feliz e mais focada no que realmente importa. Estou aliviada. Há muito tempo não me sentia tão dona de mim, tão certa do que estou fazendo e tão focada em solucionar problemas que se arrastam há muitos anos comigo. Samy vai casar, mas entendi que mesmo na minha loucura eu preciso de certa estabilidade; mesmo que minhas coisas tenham uma ordem desordenada, ainda assim é uma ordem, e que isso não deve doer. Sou dona da minha mente, do meu espaço e agora quero ordem na minha conta bancária. E o que eu ia falar acabei atropelando no meio do caminho, empolguei! Desculpa gente rssss mas então onde estávamos mesmo? Na terapia. Tenho algumas lições de casa:

1) Ter noção de tempo. Levo em média 4 horas para arrumar o guarda-roupa e não mais que 30 minutos para enviar um e-mail. Colocar uma previsão de tempo necessário para cada tarefa, depois definir as prioridades e distribuir cada uma de forma que não seja deixada de lado nem demore mais do que o permitido.

2) Entender o que é simples. Gráficos, tabelas, programações, checagens, endereços, nomes, ligar e receber ligações, dar recados, colocar reuniões na agenda é simples para muitas pessoas; para mim não. Pode ser menos doloroso lidar com o lógico-analítico pensando que nestas atividades vou levar mais tempo e terei que adquirir mais paciência.

3) Analisar meu corpo. Se estou cheia de hematomas e não percebo nem sei quando eles aconteceram pode ser que a minha mente esteja tão acelerada que meu corpo não esteja conseguindo acompanhá-la. Para isso, pausas. O famoso "respirar fundo" e perceber que eu posso andar mais devagar.

4) Perceber minha linguagem corporal. Observar meu rosto, a feição, o modo como direciono os olhos, a posição das mãos, a boca, o tom de voz. Um trabalho diário e que leva tempo, mas que funciona e ajuda no relacionamento com as pessoas (vou também comprar um livro chamado "O copor fala", acho que vai ser bom).

5) Ouvir as pessoas. Olhar nos olhos, não ficar pensando em algo que tenho a fazer ou ter medo de que se não falar na hora vou esquecer o que estava pensando. Em cada reunião levar um bloquinho e avisar a pessoa de que talvez eu anote no meio da conversa para retomarmos depois. Deixá-la ciente disso não deixa o clima constrangedor.

6) Estar presente. Sempre, em cada gesto, em cada palavra, em cada ação. Ter consciência de que estou ali e vou "viver" uma coisa de cada vez, porque no tumulto só terei raiva, angústia e intensa frustração. É a sabedoria da tartaruga "Sem pressa, mas sem pausa".

7) Mudar vocabulário. O que estiver ligado às minhas dificuldades como "não consigo" ou "não tenho memória" para "sou capaz de fazer" ou "sou capaz de lembrar". Quebrar o paradigma, reprogramar minha mente e ressignificar o sentido das coisas ao meu redor.

8) Reforçar o positivo. Me dar parabéns pelas pequenas vtórias. Analisar minha produtividade a cada visto que der nas minhas listas de pendências. Mesmo que uma tarefa tenha ficado incompleta ou eu não tenha lembrado de marcar o médico no dia certo e sim um dia depois, ainda assim há parcela de acerto. E isso merece crédito.

9) Passar a imagem certa. Não é que eu não consiga lidar com números e sim que os vejo e sei lidar com eles de outra forma. Não é que eu seja incapaz, é que vejo e funciono de outra forma - ainda que ela não seja a mais comum. Afinal, se minha mente não segue o padrão, ela não poderia pensar e executar as coisas de forma similar. Há um jeitinho que é meu, que eu entendo e que pode ser colocado em prática para se chegar ao resultado final que desejo ou que outros esperam de mim.

10) Ter planos diários. Se tenho boa visão holística, então o que falta é estar atenta aos detalhes do dia-a-dia até mesmo para chegar no plano geral. É como se eu saísse da grande angular e fosse para o plano-detalhe. Isso evita perca de tempo, aumenta a produtividade, diminui meu estresse e fadiga, e faz com que eu foque meus esforços no que realmente sei fazer.

No mais, é jamais baixar a cabeça e desistir. Acho que estou aprendendo a lição de casa e quero ainda mais, dia após dia.

beijos a vocês.

Obs.: Mais uma tarefa vencida na minha lista de pendências, parabéns pra mim!